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28 de março de 2008

Luis Avelãs do Record, sobre Michelle

"Estando a gozar uns dias de descanso, aproveitando para ver em acção quase um milhar de basquetebolistas em Portimão, tinha decidido que não iria pegar no computador para comentar nada da actualidade desportiva.
Resisti a mais um desaire da Selecção Nacional de futebol (normal se tivermos em conta o que nos costuma suceder diante da Grécia desde que Scolari é seleccionador ou se nos recordarmos das exibições e resultados sofríveis durante a fase de qualificação para o Europeu deste ano); a nova alfinetada de Stojkovic a Paulo Bento (esta perfeitamente ridícula, quando resolveu anunciar ser o melhor guarda-redes do Velho Continente) e à mais recente tentativa de Jesualdo Ferreira ter piada durante conferência de imprensa (ficámos a saber que pelo menos um benfiquista não gostou do último título encarnado).
Só não consigo ficar quieto depois de acompanhar os últimos pontos da sensacional vitória de Michelle Brito, em Miami, diante de uma das melhores tenistas mundiais da actualidade, a polaca Agnieszka Radwanska, 16ª do “ranking” WTA.
Este é o melhor sucesso da história do ténis feminino nacional e mesmo contando com os desempenhos masculinos só o êxito de Nuno Marques perante o espanhol Alberto Berasategui, na altura sétimo jogador do planeta, durante um Estoril Open, se pode equiparar.
Recordar a ascensão meteórica da jovem lisboeta, há muito radicada nos Estados Unidos – mais concretamente na Florida, numa verdadeira “fábrica” de campeões – é fácil. Basta dizer que a miúda é uma estrela em crescimento praticamente desde o dia em que resolveu pegar numa raqueta. A evolução, mais do que contínua, é simplesmente fantástica, ao ponto de Michelle, pouco depois de ter completado 15 anos, ser já uma figura no circuito, merecendo opiniões favoráveis de todos os que têm oportunidade de a ver actuar, de adversárias a técnicos, passando pelos jornalistas da especialidade.
A vitória perante a russa Ekaterina Makarova, de 19 anos e actual 75ª colocada no “ranking”, já tinha sido brilhante. Mas, sabendo-se que no mesmo local, em 2007, a lusa tinha feito algo do género, a coisa até pareceu normal.
Sexta-feira, contudo, o sucesso foi estrondoso.
Michelle voltou a ceder no “set” inicial, mas depois foi por ali fora como se não estivesse ninguém do lado contrário da rede. E tendo em conta as vantagens que chegou a dispor em alguns jogos, o “score” final (2-6, 6-3 e 7-5) até acaba por ser simpático para a polaca que, pelos vistos, já não vai esquecer-se do prodígio lusitano.
Agora, segue-se, na terceira ronda (já amealhou 45 pontos, o que equivale a dizer que vai atingir a sua melhor classificação de sempre no “ranking”) a israelita Shahar Peer.
É evidente que a nossa compatriota não tem obrigação de vencer mas, tendo em conta o que já mostrou, só pode acreditar que é possível.
Entretanto, os portugueses podem e devem preparar-se para, em Abril, durante o Estoril Open, não perder pitada da presença de Michelle.
A actuar em casa, mais do que garantir resultados (que bem podem acontecer, sublinhe-se...), a menina bonita do ténis nacional merece ser aplaudida de pé pelo que já conseguiu.
E não só por aqueles que gostam de ténis, mas sim por todos os que apreciam desporto e os feitos dos nossos atletas.Neste momento de natural regozijo só sinto tristeza por saber que Michelle, para chegar tão alto, teve de emigrar - juntamente com a família - aos 9 anos... Que País este!"
PS: Acrescento só mais uma coisa, aliás comentário feito online sobre o artigo da vitória de Michelle de hoje: era bom que o Record tivesse chamado para a 1ª página a vitória de Michelle de 4ª feira em vez de mostrar o ombro do Vukceviv do Sporting.
De resto, estou expectante em relação às primeiras páginas dos jornais desportivos de amanhã.

2 comentários:

  1. Tambem estou curiosa para ver as paginas dos jornais de amanha.

    ines

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  2. Porcaria de futebol. Já começo a ficar um bocado farto daquele desporto

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