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8 de fevereiro de 2008

Bruno Ávila e o futuro do ténis - Parte I

Do nosso grande amigo Bruno, tenista/músico açoriano ( que não é mas é como se fosse), recebemos, com muito gardo algumas considerações que consideramos importantes, sobre o ténis em Portugal.
Dada a extensão do texto, optámos por dividi-lo, pelo que apresentamos agora a 1ª parte, um remexer no baú das recordações, em jeito de viagem por um passado que deve ser olhado como fonte de aprendizagem.
Obrigado Bruno pela tua paciência e atenção.
"Sempre tive o terrível defeito de escrever apenas quando sinto que as minhas mãos deslizam pelo teclado e eu, sem qualquer esforço, vou diluindo pensamentos de há muito, dando forma a uma qualquer visão periférica daquilo que é a minha realidade…não é a letra de uma canção…é uma forma poética de dizer que no ténis nunca faltaram papagaios e idiotas, estes últimos no verdadeiro sentido do termo e, nos quais, me insiro.
Há poucos dias, numa tarde em que me propus arrumar o meu quarto, aconteceu o que sempre acontece quando decido fazê-lo: a meio do trajecto, dei de caras com o “caixote do ténis”, onde guardo tudo o que tem a haver com imprensa escrita. Desde revistas a jornais, passando por algumas edições do velhinho “Jornal do Ténis”, ainda em formato de Jornal, por algumas publicações que trouxe de Espanha, quando lá fui jogar, e pelos “telex” da Lusa que o meu Pai me trazia da RTP ao fim do dia, com notícias, na hora, de tudo o que se passava no mundo das raquetes…ainda não havia Internet!
Foi um desfiar de recordações muito gratas…passei pelo início das carreiras profissionais dos “4 mosqueteiros” (Marques, Cunha, Mota e Couto) e das “2 Ladies” (Sofia Prazeres e Tânia Couto), pelos “Reis do Ténis Nacional” que, não se afirmando internacionalmente se impuseram internamente nos Abertos e, a partir de 1995, nos TMN (Martim Peralta, Vasco Gonçalves, Bruno Fragoso, Nuno Almeida, Pedro Pereira, José Nunes, Inês Drumond, Patrícia Valadas, Marta Peralta, Joana Pedroso…), pelas grandes promessas que, na altura, se afiguravam como grandes sucessores da chamada “geração de Ouro” (Gonçalo Figueiredo, Hélder Lopes, Tomás Maul, Gonçalo Francisco, Pedro Duarte Pedro Leão, André Lopes, Vítor Ferreira, André Ferreira, João Antunes, Hélder Carvalho, Gonçalo Nicau, Diogo Rocha, Peter Rodrigues, José Pedro Silva, Israel Monteiro, Nuno Lencastre, Francisco Neves, Bruno Pedro, Frederica Piedade, Neuza Silva, Carlota Santos, as irmãs Gaspar, Cristina Correia, Ângela Cardoso…). Passei por estratégias, certezas, pela euforia gerada no início da estada de Jan Soukup em Portugal ao serviço do Centro Nacional de Treino, por sucessivas Direcções de Federação, pelo renascer da nossa Selecção ao comando do apaixonado e electrizante Zé Vilela e por alguns brilhantes desempenhos dos nossos internacionais: vibrei com o Bernardo nos JO de Barcelona/92, em que quase sacava o Ivanisevic, arrepiei-me com a coragem do Cunha e Silva na eliminatória que vencemos em Belgrado frente à Jugoslávia em 1998, delirei com as vitórias do Nuno Marques no “Estoril Open” em 1995, deliciei-me com a estreia vitoriosa do Emanuel na sua estreia a titular por Portugal…foram alguns momentos que revivi…deitado no chão do meu quarto…a tentar arrumar memórias… "
(continua)

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