Mais um dia muito bem passado em Vilamoura, junto dos miúdos que nos irão dar muitas alegrias no futuro.
Vimos jogos cheios de adrenalina, miúdos e miúdas que correm atrás de um sonho, pais mais nervosos que os filhos, treinadores que perderam grande parte das unhas, jogadas dignas de qualquer torneio na TV, e os habituais gritos à Nadal que fariam a Michelle e a Sharapova corar de vergonha.
Vimos muitos jogos e falámos com muita gente, entre pais e treinadores, almoçamos junto dos miúdos e apercebemos-nos de muitas realidades inerentes a um campeonato nacional.
Primeiro os miúdos: são jogos de eliminação mas vimos muita maturidade de quase todos, nas vitórias e nas derrotas.
Vimos garantias de um futuro promissor para o ténis português: nomes como o Zé Maria Dória ( que se queixava que estava cansado da viagem a Itália, que nem craque do ATP ), Bernardo Lemos, Rafael Marques, António Sabugueiro, Ivo Rodrigues, Eduardo Paulo ( talvez o que tem mais " pinta " de jogador ), Sean Hadden, Nuno Mesquita e , aquele que mais apreciámos pelo jogo muito atraente e cheio de atitude de ataque contínuo, o pequeno Ricardo Gomes ( o " metro" para os amigos ), que nos encheu as medidas.
Nas meninas, vimos menos jogos mas a Sofia Mendes,a Daniella Silva ( uns furos acima da concorrência), Luisa Almeida, Teresa Lobo ou a Mariana vão seguir as pisadas das nossas Neuzas e Michelle da actualidade.
Depois os pais: uns muito nervosos, quase todos orgulhosamente babados dos filhos que defendiam cada ponto como se de um MP em Wimbledon se tratasse, mas visualizámos sinais de mútuo respeito e compreensão o que, aliado a uma organização, até ver, sem nada a apontar, proporcionou a todos um excelente dia de propaganda para a modalidade.
Um único reparo: eu deveria ser dos poucos que não era nem pai, nem treinador nem jogador nem elemento da organização que ali estava e isso é uma lacuna que tem de ser resolvida rapidamente. É preciso público para que estes miúdos entendam as esperanças que estão neles depositadas.
Afinal é o futuro do ténis português que está em causa e se matéria prima temos, falta apenas , e que não é assim tão negligenciável, atrair as pessoas aos courts de ténis, com elas aparecem os patrocinadores, com eles mais condições financeiras e estas trazem melhores condições de treino e competição, fundamentais para que o ténis possa evoluir dentro dos patamares de uma Europa que cada vez mais se desenvolve a uma velocidade muito acima da nossa.