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26 de setembro de 2008

Michelle Larcher de Brito em Lisboa

Numa breve passagem por Lisboa, Michelle Brito esteve no Hotel Tivoli, esta manhã, para uma conferência de imprensa organizada pela Fundação Luso-Brasileira, que atribuiu à menina-prodígio o Prémio Revelação 2008. Para além do galardão, a jovem radicada na Flórida (EUA) falou dos seus objectivos até ao final da época, do último Open dos Estados Unidos, do estóico embate com Serena Williams, da possibilidade de representar a Selecção Nacional na Fed Cup, do orgulho em ser portuguesa, e, entre outras coisas, daquilo que espera para o futuro.
“Tenho muito orgulho em receber este prémio. Vim de propósito a Portugal, cheguei ontem de manhã. Vou estar apenas um dia, porque tenho de partir para o Uzbequistão, onde vou jogar um torneio WTA [Tashkent Open, Tier IV (145 mil dólares] ”, começou por dizer Michelle, que, além do próximo torneio, pretende ainda jogar o Bell Challenge, Tier III (175 mil dólares), no Canadá, em finais de Outubro, para “tentar chegar ao top 100 WTA até ao final da época”, no entanto refere: “Não estabeleço muitos objectivos. Tenho estado bem no [circuito] WTA e só quero jogar os meus torneios para continuar a melhorar no ranking”.
Gorada que ficou a possibilidade de se estrear, na presente temporada, em quadros principais de torneios do Grand Slam, a coqueluche do ténis português já pensa no Open da Austrália. “Quero entrar [directamente] no quadro principal, mas, se não conseguir, jogarei o qualifying para tentar chegar lá”, afirma a número um portuguesa na hierarquia mundial, que no último Open dos Estados Unidos esteve muito perto de ultrapassar a fase de qualificação – cedeu na terceira ronda. “No último jogo, não joguei muito bem. Não sei o que aconteceu, parecia que não estava no court”, diz, com algum desânimo, pois em caso de vitória nesse encontro, frente à romena Ioana Olaru, Michelle jogaria pela primeira vez a grelha final de um Slam.
Quando questionada sobre a possibilidade de continuar a jogar alguns torneios do circuito ITF Juniors, nomeadamente as provas do Grand Slam, Michelle Brito foi peremptória e afastou completamente essa hipótese: “Quando ganhei o Orage Bowl [em Dezembro de 2007], defini como objectivo ser uma grande jogadora do [circuito] WTA, por isso deixar de jogar nos juniores foi uma decisão minha”.
“Estou a jogar muito bem nos torneios WTA, ganhei à [Flavia] Pennetta, joguei três sets com a Serena [Williams] e a [Svetlana] Kuznetsova. Não perdi por 6/0, 6/0 na primeira ronda dos torneios que tenho feito. Sou capaz de jogar com as melhores jogadoras do Mundo”, reforça a detentora do melhor registo de uma portuguesa no ranking mundial (124.º lugar, alcançado no dia 8 deste mês).
Michelle aponta o triunfo sobre Flavia Pennetta, na segunda ronda da Rogers Cup, Tier I (1.340 mil dólares), em Montreal (Canadá), como o maior da sua ainda curta carreira e recorda o confronto com a portentosa Serena Williams, actual número um mundial: “Foi um jogo incrível. Apenas pensei, tenho 15 anos e não tenho nada a perder. Senti-me muito bem por estar a jogar com ela, mas era o meu quinto jogo consecutivo e já estava um pouco cansada”.
Com o pai António Brito entre os presentes, a fenomenal menina de 15 anos não se coibiu em apontar o seu progenitor como grande responsável pelo seu sucesso recente. “Nos últimos torneios só estive a treinar com o meu pai e esses resultados devo-os a ele. O meu pai sabe tudo de mim e ajuda-me muito”, aponta.
Aquando do último Estoril Open, Michelle assumiu a vontade de representar a Selecção nacional na Fed Cup. E agora? “Gostava de jogar a Fed Cup, mas ainda falta muito tempo”, responde a jovem, que nega claramente a existência de “qualquer conflito” entre a IMG [empresa norte-americana que gere a sua carreira] e a Federação Portuguesa de Ténis.
A número 135 mundial, que costuma “falar com Neuza Silva”, diz ainda que sente “muito orgulho em ser portuguesa” e rejeita uma possível naturalização norte-americana: “Não quero ter a nacionalidade americana. Se me perguntarem, digo que não”.
O Prémio revelação 2008, atribuído pela Fundação Luso-Brasileira, consiste numa escultura criada pelo artista Vasco Araújo.
In: FPT

1 comentário:

  1. Estive presente e afirmo que a Michelle teve muito bem na conferência, calma e confiante. Respondeu muito bem a todas as questões principalmente à velha questão de participar nos GS Juniores, apesar da insistência dos jornalistas. Só falta no artigo ela ter revelado fazer contratos de 3 em 3 anos com a IMG.

    PS: Já agora obrigado pela foto e autografo. Do teu fã nº1.

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