O grande amigo Bruno Ávila, o continental mais açoriano que conheço, apresenta-nos mais uma sua proposta à consideração dos " manda-chuvas" do ténis português.
À consideração " deles" e para vossos comentários, que, espero, tenham a elevação que a importância do assunto merece.
Começa a ser complicado escrever para o Blog do Rui. Pela excelência do conteúdo, por ser um palco com um auditório cada vez maior e por serem os seus leitores críticos de primeira linha. Aqui as pessoas já não “comem” teorias sem as questionar porque este espaço teve esse mérito: democratizou o ténis! Que as minhas raquetes se partissem todas no treino de amanhã se por aqui não passa a nata dos “cabecilhas” do ténis português, escondendo-se muitas vezes atrás do “anónimo” para comentar esta ou aquela notícia!
Hoje, proponho que se debata o novo sistema de Classificações Nacionais, nomeadamente os chamados “C” que estão para o ténis como os distritais estão para o futebol: uma selva. Este ano já fiz alguns, todos no Continente, apesar de ser açoriano, e custa-me constatar que tanto investimento e esforço sejam tão mal recompensados ao nível de pontos. No mês de Março gastei cerca de 300 euros para jogar três torneios: Barreiro, Oliveira do Hospital e Leiria, nos quais ganhei, segundo as minhas contas, onze pontos, equivalentes a dois oitavos e uns quartos. É certo que, não sendo um jogador de topo, não entro na luta pelas vitórias, mas se pensarmos que um jogador que vence um desses Torneios ganha apenas 15 pontos, muitas vezes depois de ultrapassar a violência de um Quadro de 64 em apenas 2 dias, como aconteceu com o Filipe Rebelo em Leiria, e que eu, por ter passado uma ronda no CIMA de Faro, ganhei 9 pontos, chega-se facilmente à conclusão de que o fosso criado entre o topo e o que, no fundo, dá vida ao ténis e movimenta os Clubes de norte a sul do país, que são os “C”, é demasiadamente grande para que haja uma evolução sustentada do nosso ténis. Roça a injustiça!
Sendo que, a meu ver, o objectivo do ténis, e o que lhe dá competitividade, é, no fundo, defrontar adversários diferentes, com diferentes escolas e de diferentes Regiões, aquilo que pergunto é: porque não, dentro dos “C”, valorizá-los consoante o seu lote de inscritos? A minha proposta é muito simples e passo a explicá-la!
- Torneios C em que participassem apenas atletas de 2 Associações de Ténis seriam os C-1 e a classificação atribuída seria a actual;
- Torneios C em que participassem atletas de 3 ou mais Associações de Ténis seriam os C-2, e a pontuação seria a dobrar, em todas as rondas, em relação aos C-1.
- Torneios C em que participassem atletas de 5 ou mais Associações de Ténis seriam os C-3, o topo dos Torneios C com uma pontuação para o vencedor de 40 pontos, menos dez do que recebe um vencedor de um B, finalista 30, ½ final -25, ¼ -15 e 1/8 -7.
Poderá o leitor questionar-se do porquê da minha proposta, mas dou alguns exemplos daquilo que, julgo, poderia melhorar:
- Os Clubes fariam um esforço de promoção e divulgação dos seus Torneios muito maior, uma vez que, sendo a participação de atletas de outras Associações imprescindível para subir de nível, teriam de se esmerar até nas condições oferecidas, de forma a que os tenistas se sentissem aliciados a sair das suas áreas de residência;
- Daria aos jogadores “C” a oportunidade de defrontar alguns jogadores “B”, quiçá “A”, uma vez que, por exemplo, num C-3, 40 pontos é uma pontuação bastante apetecível para muitos dos jogadores CIMA que, não discutindo vitórias, fazem parte da chamada segunda linha;
- Descentralizaria o ténis para Regiões onde, se não for feito um sério esforço, a modalidade acabará por desaparecer ou tornar-se inconsequente. Sendo necessários tenistas de várias Associações, os próprios tomariam, com toda a certeza, a iniciativa de se mobilizar para transformar este ou aquele Torneio num C-2 ou C-3, de forma a poderem, todos, subir o seu coeficiente de pontuação.
Estas são apenas algumas das vantagens que vejo na minha proposta de alteração da pontuação dos “C”. As outras chegarão, com toda a certeza, do vasto auditório que me lê.
Abraço e Obrigado ao Rui pelo tempo de antena
Hoje, proponho que se debata o novo sistema de Classificações Nacionais, nomeadamente os chamados “C” que estão para o ténis como os distritais estão para o futebol: uma selva. Este ano já fiz alguns, todos no Continente, apesar de ser açoriano, e custa-me constatar que tanto investimento e esforço sejam tão mal recompensados ao nível de pontos. No mês de Março gastei cerca de 300 euros para jogar três torneios: Barreiro, Oliveira do Hospital e Leiria, nos quais ganhei, segundo as minhas contas, onze pontos, equivalentes a dois oitavos e uns quartos. É certo que, não sendo um jogador de topo, não entro na luta pelas vitórias, mas se pensarmos que um jogador que vence um desses Torneios ganha apenas 15 pontos, muitas vezes depois de ultrapassar a violência de um Quadro de 64 em apenas 2 dias, como aconteceu com o Filipe Rebelo em Leiria, e que eu, por ter passado uma ronda no CIMA de Faro, ganhei 9 pontos, chega-se facilmente à conclusão de que o fosso criado entre o topo e o que, no fundo, dá vida ao ténis e movimenta os Clubes de norte a sul do país, que são os “C”, é demasiadamente grande para que haja uma evolução sustentada do nosso ténis. Roça a injustiça!
Sendo que, a meu ver, o objectivo do ténis, e o que lhe dá competitividade, é, no fundo, defrontar adversários diferentes, com diferentes escolas e de diferentes Regiões, aquilo que pergunto é: porque não, dentro dos “C”, valorizá-los consoante o seu lote de inscritos? A minha proposta é muito simples e passo a explicá-la!
- Torneios C em que participassem apenas atletas de 2 Associações de Ténis seriam os C-1 e a classificação atribuída seria a actual;
- Torneios C em que participassem atletas de 3 ou mais Associações de Ténis seriam os C-2, e a pontuação seria a dobrar, em todas as rondas, em relação aos C-1.
- Torneios C em que participassem atletas de 5 ou mais Associações de Ténis seriam os C-3, o topo dos Torneios C com uma pontuação para o vencedor de 40 pontos, menos dez do que recebe um vencedor de um B, finalista 30, ½ final -25, ¼ -15 e 1/8 -7.
Poderá o leitor questionar-se do porquê da minha proposta, mas dou alguns exemplos daquilo que, julgo, poderia melhorar:
- Os Clubes fariam um esforço de promoção e divulgação dos seus Torneios muito maior, uma vez que, sendo a participação de atletas de outras Associações imprescindível para subir de nível, teriam de se esmerar até nas condições oferecidas, de forma a que os tenistas se sentissem aliciados a sair das suas áreas de residência;
- Daria aos jogadores “C” a oportunidade de defrontar alguns jogadores “B”, quiçá “A”, uma vez que, por exemplo, num C-3, 40 pontos é uma pontuação bastante apetecível para muitos dos jogadores CIMA que, não discutindo vitórias, fazem parte da chamada segunda linha;
- Descentralizaria o ténis para Regiões onde, se não for feito um sério esforço, a modalidade acabará por desaparecer ou tornar-se inconsequente. Sendo necessários tenistas de várias Associações, os próprios tomariam, com toda a certeza, a iniciativa de se mobilizar para transformar este ou aquele Torneio num C-2 ou C-3, de forma a poderem, todos, subir o seu coeficiente de pontuação.
Estas são apenas algumas das vantagens que vejo na minha proposta de alteração da pontuação dos “C”. As outras chegarão, com toda a certeza, do vasto auditório que me lê.
Abraço e Obrigado ao Rui pelo tempo de antena
com'pletamente de acordo.....
ResponderEliminarCaro Rui Barata, pode-me dar o e-mail do colega Bruno Avila, sff?
ResponderEliminarcompletamente de acordo!!excelente ideia!!
ResponderEliminaro pessoa da aautad já fala contra a pontuação dos c´s hà muito tempo e ate hoje nada!
ResponderEliminarNão basta falar contra...há que apresentar alternativas!
ResponderEliminarBruno Ávila
uma proposta perfeita mesmo, muito bem pensado e com inteira razao.
ResponderEliminarum abraço bruno, continua a dar ideias ;)
estou de acodo Parabens Bruno e pena é não estas a competir na tua terra. Bem mereces. Mas sei que não esta facil pois á quem tem muita enveja no teu clube. Abraço
ResponderEliminarCaro Bruno Ávila,
ResponderEliminarsolicitava o seu e-mail, sff!
Obrigado pela atenção,
Amadeu Fernandes
Secção de Ténis da AAUTAD.
Caro Bruno,
ResponderEliminarÉ mais uma proposta referente a uma matéria sobre a qual me pronunciei há algum tempo e que como todas merece ser avaliada por quem de direito, o problema é colocá-la lá e defendê-la em sede.Mas queria no entanto perguntar-te se inquiriste os top 20 que encontras nos C sobre o que eles pensam e se concordam?
Quanto à nata dos "cabecilhas" não sei a quem te referes, mas se pensas que alguém com responsabilidades na modalidade anda aqui a ler os comentários creio que estás enganado. A qualidade e fundamentação dos comentários aqui expressos indiciam outro género de adeptos do ténis.
João Pedro Aldeia
À atenção do Sr. Bruno Ávila e outros "esquecidos"!!!
ResponderEliminar"Ainda os torneios nacionais de Nível C"
"Já por diversas tem sido aqui referido por muitos dos nossos amigos a necessidade imperiosa de se refazer o sistema de pontuação dos torneios de nível C, séniores, dado que, no cômputo geral, obrigam a um desfazamento muito grande entre estes e os de nível superior.
Por outro lado, este tipo de competições ocupam a grande fatia do calendário nacional sem que o esforço dos atletas seja, de igual forma, compensado.
Em tempos, o nosso amigo Amadeu Fernandes da AAUTAD nos deixou aqui a solicitação que tinha feito em 2006 ( ...) à FPT para que esse mesmo sistema fosse revisto, pedido esse que não foi atendido.
Ao que parece, a próxima assembleia geral da FPT terá este assunto em cima da mesa, pelo que será importante recordar a proposta feita pelos transmontanos que, aliás, se mantem perfeitamente actual."
"A Secção de Ténis da Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), vem por este meio expor a sua posição relativamente às provas séniores nível C (in Regulamento Geral de Provas da Federação Portuguesa de Ténis, datado de Dezembro de 2006)
Considerando que:
I - Os torneios de nível C constituem 83% das provas do Calendário Oficial da FPT para o escalão sénior masculino;
II - Existe uma diferença de 233% em pontos entre o vencedor de um torneio C e um torneio B1 (15 para 50);
III - A segunda maior diferença entre os vencedores de 2 torneios de categorias consecutivas diferentes é de 43% (B2 – B3);
IV - Existem 4 pontos de diferença entre a eliminação na primeira ronda e 3 vitórias num torneio C;
A AAUTAD entende que a FPT não atribui a importância devida aos torneios de nível C, nem aos atletas que neles participam e apela a uma distribuição mais equilibrada da pontuação dos torneios que compõem o Calendário de Provas.
A AAUTAD reitera a importância de haver uma diferenciação entre os torneios com prémios monetários e os torneios de nível C, mas considera que essa diferenciação não deve ser de mais de 100% (e muito menos, os 200% actuais),correndo o risco de invalidar o esforço dos atletas envolvidos nestas provas e de levar a uma desmotivação geral à participação nas mesmas.
A AAUTAD toma a liberdade de considerar 30 pontos como um valor aceitável para atribuição à vitória num torneio de nível C.
Em alternativa, a AAUTAD propõe a alteração da fórmula de atribuição da pontuação das diferentes categorias de torneios, adoptando uma atribuição linear em lugar da actual fórmula matemática polinomial."
"Pela Secção de Ténis da AAUTAD,
Amadeu Fernandes."
O importante mesmo é relançar a discussão...pelos vistos consegui;)
ResponderEliminarAbraço a todos e Bem Hajam pelos comentários
Excelente artigo, muito bem fundamentado.
ResponderEliminarXana