É mais uma excelente contribuição cientifica do prof.César Coutinho, na sequência da sua colaboração com o nosso amigo André Luso, do site Bolamarela.
É também uma chamada de atenção que o ténis, como desporto profissional, é muito mais que mandar umas bolas para o outro lado da rede.
Sendo um texto puramente científico, não deixa de ser curioso a referência que o Prof. faz a Gastão Elias, por um lado e por outro, ao facto de algumas dos revolucionarios métodos de treino estão a ser aplicados à longos anos em países como a Espanha e a Argentina, verdadeiros portentados deste desporto a nível mundial.
O texto pode e deve ser lido aqui : http://www.bolamarela.com/pt/licoes.php?ref=4 .
A isto chamava-se no meu tempo, e se não estou em erro já o Nuno Marques, o Cunha e Silva e outros utilizaram este tipo de treino, que é o trabalho no limiar anaeróbio, esforços de curta duração sem libertação de ácido láctico, que só se pode fazer convenientemente usando telemetria( a pulsação máxima e a mínima são muito importantes), uma das primeiras pessoas que vi exemplificar em Portugal este tipo trabalho foi o Professor João Carvalho,(há mais de 15 anos) com aparelhagem e PC portátil, para monitorizar e analisar no final do treino os resultados. Penso que Este tipo de preparação se iniciou no atletismo, para reduzir o período de preparação do Início do ano, com os corta-matos e a provas mais longas, para melhorar a resistência aeróbica. Com este tipo de treino, consegue-se ciclos de treino mais adaptados ás variações de períodos de competição e período inter-competitivo ou preparatório.
ResponderEliminarÉ possível e existem vários tipos de esquemas de treino no campo de ténis, que seguem esta filosofia de treino.
Foi pena no artigo não terem informado que Portugal ( João Carvalho com o Cunha e agora a Equipa do Ceto lierada pelo Cunha)também já utiliza há alguns anos este método, é por ser um País mto pequenininho.
ResponderEliminarGostava de esclarecer (se não ficou claro no artigo) que o método utilizado é muito diferente do método do limiar anaérobio, e que o controle da frequência cardíaca é pouco relevante neste aspecto. Quando falamos de limiar anaerobio, estamos a falar de esforços lacticos, o que não é o caso porque o autor preconiza esforços alácticos (sem acumulação de acído láctico), o que é diferente. Ao que se referem os comentadores anteriores é ao método intervalado, esse sim já apareceu há uns largos anos, e já era usado em várias modalidades e países. O método intermitente é diferente do intervalado, e não serve de nada ao atletismo que é uma modalidade cíclica, diferente do ténis (aciclica). Serve sim, a desportos como o futebol, o ténis, o andebol, etc.
ResponderEliminarComo foi referido no artigo, alguns treinadores já aplicavam métodos semelhantes, mas quase sempre misturados com métodos contínuos, ou uma espécie de intervalados mais específicos (que não eram intermitentes), mas porque lhes parecia lógico. No entanto, da forma como está a ser aplicado na Argentina, e explicado pelo autor em causa, constitui uma inovação e muito poucos o fazem pelo mundo. Refira-se que no simpósio mundial estavam cerca de 400 treinadores de todos os cantos do mundo, e maioritariamente directores técnicos e responsáveis de formação. O que ficou claro foi que a fundamentação que Anselmi apresenta, vem justificar algumas ideias que já estavam a ser aplicadas Parcialmente por alguns treinadores, e desmistificar determinadas técnicas. Quando trabalhamos com vista à melhoria do Limiar aneróbio, queremos medir as pulsações ou o lactato para sabermos a intensidade de esforço. Neste caso, não é necessário computador, e nem nenhum medidor de frequência cardíaca. O medidor de frequência cardíaca em esforços alácticos não é minimamente fiável – o atleta pode ter valores mais altos de frequência cardíca quando o treinador diz “já” do que quando está em actividade. A questão está mesmo na explosividade muscular e na relação do tempo de esforço com o tempo de descanso de modo a manter o esforço Aláctico, o que é diferente do esforço Láctico, ou treino láctico, ou para o limiar anaeróbio usado nos desportos cíclicos como determinadas modalidades do atletismo e/ou ciclismo.
CC
"... aumentando o número de capilares sanguíneos nessas mesmas células"
ResponderEliminarCaro Prof. Coutinho
Permita-me sugerir-lhe a seguinte redacção da frase acima: "... aumentando o número de capilares sanguíneos que suprem essas mesmas células".
Cordialmente,
MP
"Segundo o Horacio, os esforços de duração inferior a 10 segundos, e que não causem desgaste total com fadiga elevada, se forem inseridos durante pelo menos 20 minutos numa relação entre esforço e recuperação que não seja superior a 1:2 (ex: 5 segundos de esforço para 10 segundos de pausa), fazem trabalhar o sistema aeróbio, mais especificamente o VO2 máx", isto para mim é trabalhar no limiar anaeróbio,estamos a falar de 10 segundos de duração porquê? Porque para cima desse valor se começa a libertar ácido láctico, ao se ter esgotado o oxigénio armazenado nos músculos. Penso que a diferença entre o intervalado e o intermitente, está na recuperação, e como é que faz o controlo desse ponto?
ResponderEliminarCompreenda, que só me move o interesse por este tema e não pense que estou a tentar contradizer o seu artigo, estou como sempre a tentar compreender.
O problema do ténis nacional é que os jogadores a partir dos 16 anos querem é noitadas e festas e a motivação em serem jogadores vai por aí a baixo!
ResponderEliminarBastante interessante o artigo uma vez mais!
ResponderEliminarPS: não sei qual a pertinencia do comentario anterior para este artigo!
Att
JL
Caro João Calheiros, a partir dos 10 segundos (um pouco antes em média) não se esgota o oxigénio, mas sim a Creatina Fosfato e o ATP presente nas células, sendo que as células têm de utilizar outro sistema (láctico) para a resintese do ATP. O Limiar anaeróbio ultrapassa-se (ou atinge-se) quando o nosso organismo perde capacidade em remover o lactacto à mesma velocidade que é produzido nas células. Isto acontece por volta das 4mmol de concentração de lactato no sangue. Os estudos do Anselmi para este tipo de esforço dizem que após uma primeira subida dos níveis de lactato, este se mantém abaixo da 4mmol (por volta das 2,5 a 3), ou seja, é um esforço que não ultrapassa o limiar anaeróbio, logo é predominantemente aláctico. Nos esforços em treinos intervalados, dependendo da duração da pausa (tal como disse no seu comentário), mas também da duração de esforço em regime de elevada intensidade, podem-se atingir concentrações de lactato na ordem dos 20 mmol/l de sangue. As concentrações do lactato no ténis podem subir para níveis mais elevados na ordem das 12/13 mmol de lactato no sangue, tal como o comprovam estudos recentes – um deles realizado por mim e pelo Machar Reid (e mais alguns colegas) em Janeiro do ano passado no centro de treino australiano em Perth. Isto acontece em poucos pontos – mas são geralmente alguns dos mais importantes, o que quer dizer que também temos de usar métodos intervalados e alguns de tolerância láctica (em alto rendimento) de modo a preparar os atletas para esses pontos (tal como já fazia o João carvalho há 15 anos...tal como disse). Neste caso, o medidor de frequência cardíaca já se torna relevante. No entanto, para que um atleta de alto rendimento consiga aguentar jogos duros durante muito tempo, pode e deve utilizar estes métodos intermitentes. Como digo no artigo, alguns treinadores já faziam coisas parecidas, mas a fundamentação do mesmo, e a ausência metodológica (em termos fisiológicos) da necessidade dos métodos contínuos, e do aumento do VO2 máx pela Creatina Fosfato, constitui uma novidade, tal como refiro no artigo. Por vezes, os métodos contínuos podem ser utilizados por questões de ordem psicológica, tal como me foi referido neste fim-de-semana pelo preparador físico do Nadal.
ResponderEliminarEspero que tenha conseguido esclarecer a sua questão. Caso contrário, se me encontrar em algum torneio ou evento, estarei à disposição para esclarecer (ou debater) qualquer dúvida.
Cumprimentos – CC
Tudo cinco estrelas, um abraço.
ResponderEliminarFantástico!!
ResponderEliminarDe grande nível. Esta malta interessa-se por intervir em seminários? A FPT não vos aproveita?Os treinadores e preparadores físicos dos clubes e seleccionadores têm conhecimento desta recente técnica de preparação física e de técnica de treino?
Cumps
Jcc
mas porque não aproveitamos esta sabedoria e po-la em pratica ?
ResponderEliminarde que ns serve se depois ninguem utiliza?pelo o que eu percebi isto evolui e ns não tiramos proveito disto como deve ser .
mas para fazer e a serio não hoje e amanha fica para depois .
Ele foi o prelector de Biomecânica do curso de treinador FPT nível III tanto em Lisboa no ano passado e agora no Porto, com uma excelente apresentação.
ResponderEliminarO CC que me perdoe, mas o seu texto é por vezes confuso e com pequenas imprecisões (uma das quais salientada pelo anónimo MP). Não é claro, por exemplo, se o maior aporte sanguíneo às fibras lentas induzido pelos métodos contínuos se deve ao redireccionamento do sangue para essas fibras, ao aumento do número de capilares que as irrigam ou à conjugação dos dois fenómenos ? Será que me pode esclarecer ?
ResponderEliminarCaro Anónimo das 10:58, numa primeira fase, na chamada adapatação aguda que ocorre quase de imediato, há um aumento do afluxo de sangue aos grupos musculares que estão a ser mais solicitados. Se continuarmos com o mesmo tipo de solicitação, a médio/longo prazo o que acontece é uma adaptação crónica, ou seja, o nosso organismo começa a criar pequenos capilares nessa zona específica para responder às solicitações do tipo de esforço a que está a ser submetido.
ResponderEliminarCaro Prof. César Coutinho
ResponderEliminarAgradeço-lhe o seu esclarecimento.
Presumo assim que o método de treino intermitente será capaz de induzir, com o tempo, a formação de novos vasos sanguíneos junto às fibras rápidas. Conhece algum estudo que comprove esse efeito angiogénico específico?
Saudações cordiais