Numa entrevista à Agência Lusa, em Hong Kong, onde está a participar num torneio de exibição fazendo par com a russa Elena Dementieva - joga sábado a final -, Michelle mostra-se confiante quanto ao futuro, mas sabe que ainda está longe do topo.
Reconhecendo que o seu nome já é conhecido na modalidade, a jovem, que a 29 de Janeiro completa 15 anos, não troca a nacionalidade portuguesa «por nada», diz que «gostaria» de representar Portugal em qualquer competição e mantém uma vida normal entre a escola e os «treinos duros» impostos pelo seu pai, que sempre foi o seu treinador.
«Hoje vou poucas vezes à academia do Nick Bolletieri, mas o trabalho duro sempre foi com o meu pai, que nunca deixou de me acompanhar, mesmo quando treinava com o Nick», explicou, salientando que, como qualquer tenista, ambiciona «ser número um».
O caminho está definido: «só tenho que continuar empenhada a trabalhar e trabalhar muito para subir o meu rendimento», afirmou, num português perceptível, mas já difícil devido à influência do inglês no quotidiano da família que reside desde 2002 nos Estados Unidos.
Com seis horas diárias de treino intenso no complexo residencial onde a família está instalada, Michelle Brito garante que hoje joga o «jogo pelo jogo» e não a pensar na dedicação a este ou aquele torneio.
«Todas as provas são importantes e por isso quando vou para o 'court' é para jogar aquele jogo como se fosse o último», explica.
Com a recente conquista do prestigiado Orange Bowl, a jovem tenista não mudou nada nos seus objectivos. Quer continuar a trabalhar para melhorar a sua prestação e vai fazendo coisas comuns aos jovens da sua idade.
Treina logo pela manhã e frequenta a escola a tempo inteiro, entre as 11h30 e as 15h30, para voltar aos treinos a seguir às aulas, jogando algumas partidas com os irmãos mais velhos.
Entre os seus passatempos, gosta de ouvir música, elege o hip-hop como estilo preferido no pequeno e inseparável, «principalmente em viagem», iPod, gosta de nadar e de ler.
Para o Estoril Open, que vai disputar pela primeira vez, Michelle Brito gostava de ganhar a competição feminina, mas promete apenas dar o seu melhor, até porque vai jogar em casa.
«Mais uma vez, não há metas. É o jogo pelo jogo», disse, acrescentando que, com a entrada no circuito profissional, vai continuar a fazer as mesmas coisas, embora sabendo que o «treino tem de ser mais duro».
Como tenista jovem e ainda pouco habituada a ser o centro das atenções da imprensa, Michelle Brito revela pouco de si, mas classifica-se como uma atleta que se movimenta bem e bate bem as botas longas, do fundo do court.
Sempre ao lado da filha, António Brito garante que Michelle «não é uma rapariga difícil» e que tal como os jovens da sua idade o «grande problema é levantar-se logo pela manhã para ir treinar».
«As questões de tempo é que são mais difíceis, porque no trabalho ela faz bem», disse.
Responsável pela evolução da tenista, António de Brito sente-se «orgulhoso» pela evolução de Michelle, mas recorda que «há ainda muito trabalho pela frente».
«Ela tem vindo a melhorar, melhorou muito o serviço nos últimos meses e no jogo que fez em Hong Kong foi a única tenista a não perder o serviço, mas há ainda muito trabalho a realizar como a subida à rede para ganhar pontos», explicou, sublinhando que a filha «tem todas as potencialidades e qualidades para ir longe no ténis».
António Brito foi claro: «dentro de dois ou três anos, ela pode estar a jogar ao mais alto nível. Vamos agora entrar numa nova fase, em que vai disputar 10 torneios».
«É um novo patamar e este ano vai ser muito importante», disse António Brito, acrescentando que a filha não descurará os estudos, aproveitando o ensino online que os Estados Unidos já adoptaram para Michelle continuar.
Enquanto não é ídolo de jovens aspirantes na modalidade, Michelle Brito não esconde a sua admiração pela antiga campeã Martina Hingis e pela actual número um Justine Henin e, além do ténis, garante não ter ainda pensado num curso superior que queira seguir embora goste muito de animais.
José Costa Santos/Lusa/SOL
Reconhecendo que o seu nome já é conhecido na modalidade, a jovem, que a 29 de Janeiro completa 15 anos, não troca a nacionalidade portuguesa «por nada», diz que «gostaria» de representar Portugal em qualquer competição e mantém uma vida normal entre a escola e os «treinos duros» impostos pelo seu pai, que sempre foi o seu treinador.
«Hoje vou poucas vezes à academia do Nick Bolletieri, mas o trabalho duro sempre foi com o meu pai, que nunca deixou de me acompanhar, mesmo quando treinava com o Nick», explicou, salientando que, como qualquer tenista, ambiciona «ser número um».
O caminho está definido: «só tenho que continuar empenhada a trabalhar e trabalhar muito para subir o meu rendimento», afirmou, num português perceptível, mas já difícil devido à influência do inglês no quotidiano da família que reside desde 2002 nos Estados Unidos.
Com seis horas diárias de treino intenso no complexo residencial onde a família está instalada, Michelle Brito garante que hoje joga o «jogo pelo jogo» e não a pensar na dedicação a este ou aquele torneio.
«Todas as provas são importantes e por isso quando vou para o 'court' é para jogar aquele jogo como se fosse o último», explica.
Com a recente conquista do prestigiado Orange Bowl, a jovem tenista não mudou nada nos seus objectivos. Quer continuar a trabalhar para melhorar a sua prestação e vai fazendo coisas comuns aos jovens da sua idade.
Treina logo pela manhã e frequenta a escola a tempo inteiro, entre as 11h30 e as 15h30, para voltar aos treinos a seguir às aulas, jogando algumas partidas com os irmãos mais velhos.
Entre os seus passatempos, gosta de ouvir música, elege o hip-hop como estilo preferido no pequeno e inseparável, «principalmente em viagem», iPod, gosta de nadar e de ler.
Para o Estoril Open, que vai disputar pela primeira vez, Michelle Brito gostava de ganhar a competição feminina, mas promete apenas dar o seu melhor, até porque vai jogar em casa.
«Mais uma vez, não há metas. É o jogo pelo jogo», disse, acrescentando que, com a entrada no circuito profissional, vai continuar a fazer as mesmas coisas, embora sabendo que o «treino tem de ser mais duro».
Como tenista jovem e ainda pouco habituada a ser o centro das atenções da imprensa, Michelle Brito revela pouco de si, mas classifica-se como uma atleta que se movimenta bem e bate bem as botas longas, do fundo do court.
Sempre ao lado da filha, António Brito garante que Michelle «não é uma rapariga difícil» e que tal como os jovens da sua idade o «grande problema é levantar-se logo pela manhã para ir treinar».
«As questões de tempo é que são mais difíceis, porque no trabalho ela faz bem», disse.
Responsável pela evolução da tenista, António de Brito sente-se «orgulhoso» pela evolução de Michelle, mas recorda que «há ainda muito trabalho pela frente».
«Ela tem vindo a melhorar, melhorou muito o serviço nos últimos meses e no jogo que fez em Hong Kong foi a única tenista a não perder o serviço, mas há ainda muito trabalho a realizar como a subida à rede para ganhar pontos», explicou, sublinhando que a filha «tem todas as potencialidades e qualidades para ir longe no ténis».
António Brito foi claro: «dentro de dois ou três anos, ela pode estar a jogar ao mais alto nível. Vamos agora entrar numa nova fase, em que vai disputar 10 torneios».
«É um novo patamar e este ano vai ser muito importante», disse António Brito, acrescentando que a filha não descurará os estudos, aproveitando o ensino online que os Estados Unidos já adoptaram para Michelle continuar.
Enquanto não é ídolo de jovens aspirantes na modalidade, Michelle Brito não esconde a sua admiração pela antiga campeã Martina Hingis e pela actual número um Justine Henin e, além do ténis, garante não ter ainda pensado num curso superior que queira seguir embora goste muito de animais.
José Costa Santos/Lusa/SOL
Nr: Agradecimentos ao amigo Feliciano pela chamada de atenção...
Um bom 2008 para todos.
ResponderEliminarJá agora parabéns a Roger Federer, que foi de novo eleito "Desportista do ano", pelo importante jornal francês: L'équipe.
Um abraço da Suiça de um dos vossos visitantes assíduos.
Pedro Antunes
http://patinslover.blogspot.com
Atenção , a Michelle estuda das 11.30 às 15.30. Com 15 anos que jovem português está apenas 4h na escola? Nenhum , com este sistema educativo esmagador , que obriga os jovens a horas e mais horas na escola nunca vamos produzir "campeões". Não exigam aos nossos miúdos grandes feitos , eles não têm tempo disponível. Quem consegue em Portugal treinar 6h por dia ???
ResponderEliminarPobre país!
ps: parece que a carga horária escolar ainda vai aumentar , que tristeza.
É verdade, é um país de grandes estudiosos, e depois só se fala de abandono escolar e insucesso escolar. Se calhar estes problemas estão ligados à carga horária esmagadora a que são obrigados os jovens portugueses. Se deixassem mais tempo para os miudos viverem, bricarem e fazer desporto, de certeza que tinhamos uma juventude mais saudável, de melhores desportistas e até de melhores estudantes.
ResponderEliminarEstou de acordo com as ideias defendidas pelos anónimos anteriores. No entanto, não podemos ignorar que nem sempre o tempo livre dos jovens é dispendido em actividades virtuosas.
ResponderEliminarMP
Virtuosos são todos os jovens a questão está no devido aproveitamento do virtuosismo. Quanto aos estudos, se eles andam a estudar muito, não sei para onde é que vai o que aprendem. Têm vontade, têm entusiasmo, o que lhes queremos ensinar é que não lhes interessa nada, os programas são péssimos, são incompreensíveis para a maior parte dos pais, o que implica não serem capazes de os ajudar, e resultado... Nem dão bons estudantes, nem bons desportistas nem nada, e para mim são uma geração com maior valor que outras, a minha por exemplo, que nunca fez nada que se visse. A que me antecedeu, que nem sequer teve de se matar muito a estudar, nem serviço cívico, propedêutico e sei lá o que mais para entrar para a faculdade teve de fazer, tiveram tudo facilitado e querem dar exemplo aos jovens, deixem-me rir. Como professor tenho esperança que a juventude actual nos mostre a todos o que vale. Não sejam arrogantes como os que vos antecederam, não se deixem levar pela geração que me antecedeu e ouçam os mais velhos, pais, avós e bisavós. Nós por diversas razões estivemos a marimbar-nos para eles
ResponderEliminarP.S Atenção que ao generalizar posso estar a ser injusto com alguns casos pontuais, mas esses foram a excepção para confirmar a regra.
Quanto à Michelle precisa de dar mais atenção ao meio nos pares, quando o parceiro se desloca nós temos de acompanhar ( em geral), senão fica um buraco no meio do tamanho de um campo de futebol, daí ser muito bonito ver um grande jogo de pares pois parece que os dois jogadores estão a fazer dança sincronizada no court.
é verdade que a carga horaria é demasiado grande, até inclusive numa qualquer faculdade, pois os cursos nao estao planeados para deixar o minimo tempo disponivel aos estudantes para se dedicarem a outras actividades que nao sejam o trabalho universitario... isto tirando excepçoes como atletas com estatuto de alta competiçao, trabalhadores-estudantes, etc... o que quero dizer é que em portugal falta um circuito tanto de liceus como universitario ao nivel de vários desportos, um circuito que seja sólido e que garanta tanto aos jovens que querem estudar como aos mais dotados para o desporto, um futuro (por assim dizer). Como exemplo temos o conhecido James Blake, que passados dois anos de estar em Harvard (penso que era esta universidade) largou os estudos e ingressou no circuito ATP, depois de ter sido campeao universitario dos Estados Unidos. Agora tambem nao nos podemos esquecer daqueles jovens que apesar de terem tempo livre (ou "arranjarem-no", ou seja, baldando-se ás aulas) passam-no a fazer coisas menos recomendaveis... nem é preciso dar exemplos, mas penso que estas situaçoes poderiam ser evitadas se houvesse de facto um programa escolar do ensino básico ao superior que incentivasse os jovens a praticar desporto em várias modalidades tanto de grupo como individuais, pela mão das proprias escolas/universidades em vez de obrigar os jovens a irem procurar outras soluçoes (a clubes federados) que mesmo nao sendo más, nao facilitam o equilibrio dos estudos com o desporto...
ResponderEliminarD
Concordo absolutamente aliás já tinha em tempos chamado a atenção para esse assunto. A base seriam as escolas, que recorreriam aos clubes para um serviço de apoio (dinamização local), as faculdades de desporto seriam os motores Nacionais, integradando os esforços das Associações regionais,e realizando parcerias de investigação com cursos da área da saúde e engenharia (Medicina Desportiva, Educação Física, Nutrição, Podologia, Fisioterapia, Psicologia desportiva , Enfermagem, Biomecânica, Bioengenharia, Biomedicina, etc...) em grupo ou não. Criar-se-iam sinergias, quase impossíveis de obter de outra forma. Favorecer-se-ia, a formação universitária/politécnica dos técnicos intervenientes no desporto , seria de certeza mais fácil obter um plano de treino devidamente fundamentado e retirar o feedback necessário à prosecussão do mesmo,
ResponderEliminarse mais não fosse, ficar-se-ia com REGISTOS e estudos para futuro. Facilmente se vê, que com tanta gente a trabalhar para o mesmo objectivo, seria mais facil sensibilizá-los para o desporto universitário, e mais tarde para o desporto amador e empresarial.
Desculpem mas por vezes tenho destes sonhos...
se ela quer ser uma campeã, tem que deixar de treinar com o pai, e treinar exclusivamente com os coachs da academia
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