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12 de dezembro de 2007

Precocidades e comentários.

Roger Federer nasceu a 8 de Agosto de 1981.
A poucos meses de fazer 15 anos, participou no seu 1º torneio a sério, um G2 na Suiça, onde entrou no quadro principal como WC, tendo perdido na 3ª ronda.
No final de 1996, esteve no Casablanca, um G1, onde perdeu na 2ª ronda, depois de passar a qualificação.
No G1 costa-riquenho CoffeeBowl desse ano, fez a qualificação e perdeu de novo na 2ª ronda, tendo logo de seguida repetido a dose num GA na Venezuela.
Só a poucos dias de fazer 16 anos, ganhou o seu 1º torneio, um G2 em Itália.
Já no final desse ano esteve no EddieHerr de 1997, com 16 anos e meio, e perdeu...na 1ª ronda.
Segundo os registos da ITF, o 1º jogo de Federer num torneio profissional aconteceu no final de Agosto de 1996, tinha o miúdo, portanto, 15 anos. Durante o ano seguinte, Federer efectuou 8 partidas, das quais perdeu...sete. E a que ganhou foi a primeira.
A sua primeira vitória como profissional aconteceu a 01 de Novembro de 1998 ( com 17 anos e 3 meses), numa etapa de um dos circuitos satélites suiços.
Depois é a história que já todos sabemos.
Rafael Nadal, nascido a 3 de Junho de 1986.
Carreira no circuito júnior : 5 jogos, 4 vitórias e uma derrota e meias finais em Wimbledon.
Segundo a ITF, Nadal deambulou pela 1ª vez no circuito dos mais crescidos a 6 da Janeiro de 2001, com 14 anos e meio, fez as qualificações de 6 torneios satélites e nenhuma qualificação.
Só a 17 de Setembro desse ano consegue o 1º ponto quando, como WC, consegue uma vitória na 1ª ronda do Challenger de Sevilha.
A sua 1ª vitória como profissional só acontece a 14 de Julho de 2002, num Future espanhol, tinha Nadal pouco mais de 16 anos e o resto da história já todos sabemos.
E Sharapova (19/04/1987) ??
Em júniores só jogou um ano entre o Verão de 2001 e o de 2002 e ganhou, nesse período de tempo, 3 torneios, um G3, um G4 e um G5, todos com 14 anos de idade.
Nos séniores estreou-se alguns dias depois de ter feito 14 anos num $ 75.000 e perdeu na 1ª ronda, depois fez o ano de júniores e só já com quase 15 anos é que jogou de novo em séniores, fazendo o seu 1º ponto num $ 25.000. Foi a Indian Wells perder na 2ª ronda com Monica Seles ( 0/6 e 2/6 ).
O seu primeiro troféu é um $ 10.000 no Japão, dois dias depois de ter feito 15 anos e a partir daí é a história que já todos sabemos.
Pois é, o problema é que isto é a história, o futuro, esse está por inventar.
Podemos ter esperanças que um, alguns, muitos ou quase todos estes miúdos portugueses que durante o último ano já foram falados por aqui, possam um dia ser nº1 mundiais, ganharem RG ou o USOpen.
Podemos também pensar que, de facto, se calhar nenhum deles o conseguirá.
Ou podemos não ter ou não querer emitir opinião.
O que não podemos é , gratuitamente, fazer juízos de valor de miúdos de 14 ou 15 anos, só porque perdem no Uganda, em França ou no México, um jogo.
Então ontem eram craques e hoje já não valem nada????
E o Frederico Silva, que esta semana é o maior, se amanhã perder no "Torneio Regional do Oeste de sub-8", já não presta????
Então e a Michelle, só será grande jogadora se, no mínimo, vier ao Estoril em 2008 e vencer sem perder um set????
Eu só posso tirar uma conclusão: os comentários mais violentos sobre as derrotas dos miúdos e os mais conservadores sobre as vitórias ( tipo: ganhou porque o outro era do Zimbabué...) só podem vir de pessoas iguais a todos nós, mas que são diferentes de alguns de nós numa coisa: Não teêm filhos...
Porque se os tivessem percebiam que nenhum filho é mais importante do que o nosso e se queremos que o respeitem, se exigimos que o tratem como igual, teremos que fazer disso uma forma de vida e não uma consequência do facto de sermos pais.
Criticar , sim . Discordar, obviamente. mas sejamos diplomáticos, não custa mesmo nada e os miúdos, mais do que nós, agradecem.
Violentar verbalmente jovens que estão a tentar potenciar o gosto que tem pelo desporto, isso não.
Tenho sido permissivo nalguns comentários, mais ou menos jocosos, sobre algumas perfomances menos conseguidas de alguns tenistas, jovens e/ou profissionais.
A partir de agora serei intransigente e anti-democrático.
Espero que entendam todos o porquê.

20 comentários:

  1. concordo inteiramente rui e esses e falam mal de forma a denegrir alguns jovens muitas vezes tem uma agenda escondida que e a de enaltecer so os eleitos deles. e vergonhoso mas no circuito sabe se bem quem sao! se nao sabem apoiar entao PQ NAO SE CALAM? Tipo rei de espanha c chavez? nao tragam o veneno maldoso para a praça publica e por cima a atingirem miudos e miudas em plena fase de adolescentes

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  2. Concordo que cale os maldosos. Muitos deles são capazes de dar a tal palmadinha nas costas , mas depois soltam o veneno que lhes corre nas veias. Opinar sim , ofender não!

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  3. Até que enfim, já não era sem tempo. Há comentários que não têm nada que se aproveite é só palha e frustração deitados para cima dos outros.

    RUI mais uma vez muito à frente.

    Abraço

    p.s. - Os nossos jogadores, sem excepção, são os melhores do mundo até prova em contrário. Força.

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  4. Concordo a 1000%. Já se sabe de uns tantos a esfregarem as mãos de contentes de cada vez que um atleta português perde um jogo por esse mundo fora.E na maioria dos casos sabe-se quem são esses imbecis...

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  5. Caro Rui
    Por vezes é necessário tomar atitudes um pouco mais drásticas, como é agora o caso. Com efeito, existem pessoas que não tem a mínima noção do que é lidar com adolescentes, que fazem um esforço tremendo para conseguir bons resultados para eles e para oseu país.
    Força grande Rui, tem todo o nosso apoio.

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  6. Atenção, há comentários que podem ser considerados jocosos por uns e pertinentes por outrros, como já se verificou. Depende do tom com que foram feitos e, aqui na internet, nem sempre é possível descortinar esse tom.
    De qualquer modo, é um tema passível de suscitar criticas e devem-se fazer criticas e estabelecer comparações.
    Por exemplo, o Nuno Marques foi 10 do mundo com 16 anos e decidiu não jogar mais juniores. Sempre se recusou a ir competir nos confins africanos.
    O Cunha e Silva com 18 anos foi jogar todos os torneios de juniores sul-americanos no início do ano, chegou a liderar o ranking de júniores de início do ano mas chegou a Roland Garros e nem sequer o puseram a cabeça de série. Foi jogar torneios para o meio de África para ganhar pontos ATP.
    No fim e vendo o currículo de ambos, Marques é considerado melhor mas a diferença também não é assim tão grande.
    Acho que têm razão os que criticam, justificadamente e educadamente, e os que não criticam. Processos diferentes para jogadores diferentes.
    Mas deixe as pessoas criticar, tanto mais porque lhe dá jeito para a contabilidade dos page views e para facturar com publicidade.

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  7. Concordo inteiramente...penso que qualquer comentário que possa atingir a auto-confiança e auto-estima dos nossas crianças e jovens deve ser imediatamente retirado. Já não basta muitas vezes ser dificil acreditar que podem ser tão bons e melhores que os outros e depois ainda temos que lutar contra os imbecis dentro da nossa própria casa a fazer considerações idiotas.

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  8. Há outro aspecto a considerar. Que é o respeito ganho entre os seus pares.

    E os jogadores sabem quais são aqueles que investem nos torneios mais exigentes e aqueles que tentam ir pela porta dos fundos, seja em Portugal seja lá fora. Como aqueles tipos que aparecem com um bom ranking por jogarem todos os fins de semana em todos os torneios regionais.

    E, para complementar o comentador anterior, disseram-me que o Marques sempre foi mais respeitado no circuito.

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  9. Como se constata, o Federer, o Nadal e a Sharapova nunca foram jogar ao Burundi

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  10. Caros amigos:
    É bom ver a receptividade que este post vos provocou.
    Apenas mais uma ou duas ressalvas.
    Em relação às pageviews e à publicidade, se o valor financeiro fosse equivalente às mesmas ou ao nº de comentários, já estava o blog a organizar um torneio de ténis com 2 ou 3 mil euros de prize-money.... São os clicks que contam e não as visualizações, mas adiante.
    Por outro lado é um facto que nem o Federer, nem o Nadal nem a Sharapova jogaram no Burundi, apesar de Sharapova teve que ir para o Japão para ganhar um torneio.
    Mas os tempos eram outros, e os tenistas referidos tinham apoios financeiros, federativos e das acedemias onde jogavam, que os tenistas portugueses não tem.
    É obvio que nem o Gastão nem a Michelle vão jogar torneios na Africa profunda mas devemos respeitar quem o faz, independentemente das motivações que os levam até lá.
    Finalmente, convem não esquecer que as deslocações, estadias e os custos diários dos torneios ditos menores, por vezes, são muito maiores do que aqueles ao pé da porta e com grande nome e isso só demonstra que o investimento feito nos miúdos é, muitas vezes, descomunal.
    É pena que as empresas portuguesas, na sua grande maioria, que gastam fortunas em patrocínios ridículos, não olhem para estes casos e não assumam posições mais interventivas. Tal facto vem, por certo, da fraca mobilização mediática do ténis juvenil que, se não fosse a Michelle e o Gastão, estava profundamente adormecida.

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  11. A Sharapova foi para o Japão para rentabilizar patrocínios e conseguir mais alguns. Aquilo é um el dorado para raparigas altas e louras, exactamente o contrário das japonesas. O Japão não tem nada a ver com a África profunda.

    De qualquer forma, o estigma dos jogadores que vão para os confins da terra para jogar é esse: trocam dinheiro em viagens para o fim do mundo por pontos fáceis

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  12. pq essa obcecçao de constantemente tarem a comparar o nuno marques c o j cubha e silva? foram ambos optimos jogadores e cada um fez o q pode na sua epoca! para q atirar veneno tipo norte contra sul?????

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  13. Concordo plenamente com o post, e gostaria de acrescentar que nem todos os jogadores são Federer’s ou Sharapovas, e muitos há que atingem posições bastante consideráveis no ranking mundial, e que têm percursos diferentes dos designados ou mesmo de um Gastão ou de uma Michelle que estão naquela que pode ser considerada a “carruagem da frente” no comboio para o profissionalismo. A nível internacional, atingir um top 200 ATP ou um top 100 WTA, toda a gente (ITF e personalidades mais reconhecidas) considera que se conseguiu ter sucesso, e não apenas quando se é multimilionário no top 10. Por outro lado há jogadores que podem ter objectivos pessoais que não passam necessáriamente pelo top 200 ou 100. Há um percurso que é o mais habitual e normal (e que por vezes faz com que seja necessário ir jogar ao Burundi para poder rentabilizar depois os pontos mais perto), e há percursos de excepção, tal como o Gastão e a Michelle, e outros prodigios, que não precisam disso porque têm convites para grandes eventos em “casa” e conseguem rentabilizá-los. O nível desportivo de um país não se mede apenas pelos Federer’s ou pelas Sharapovas ou Henin’s, mas sim pelo nível médio, tal como temos aqui os nossos vizinhos espanhóis, que têm cerca de 20 jogadores no top 200 do mundo ATP, mais uns 50 dentro do top 1000.
    Para além disso, o percurso nos jovens pode ter diversas saídas, profissionais ou não. A experiência de vida adquirida no ténis e nas viagens também pode ser transmitida no futuro, e quanto mais treinadores, arbitros, dirigentes, ou quem sabe futuros patrocinadores da modalidade nós tivermos com uma visão mundial e global do ténis, melhor será para a nossa modalidade. Como consequência, o que é melhor para a nossa modalidade, é melhor para todos nós que estamos envolvidos directa ou indirectamente nela, pelo que deixemos-nos de críticas negativas e adoptemos todos uma postura pedagógica e positiva, que só temos a ganhar com isso.

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  14. quem é que falou de norte contra sul? só a sua cabeça é que chegou a esse confronto geográfico, caro poster

    a comparação faz todo o sentido tendo em conta o texto e os diferentes trajectos que diferentes jogadores fazem para chegar aos pontos

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  15. Anónimo das 13.22

    As palavras finais deste infeliz comentário, para mim, seriam ofensivas.

    Insinuações levianas, sem saber o que está a escrever.

    Na sua opinião como há contrapartida finaceira pode dizer-se tudo.

    A falta de noção é lamentável.

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  16. Parabéns pelo post!

    Tb me chamo Rui Barata e não tenho hábito comentar. Aliás, a única vez que comentei no forum do Lusotenis foi num post em que alguns palermas se divirtiam a falar mal da Bibiana Almeida.

    Mais do que não terem filhos, acho que o problema é serem putos.

    Abraço

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  17. Anãonimo das 15:57

    Não venha para aqui com picardias e hipersusceptibilidades. O que quis pedir foi que não houvesse grandes restrições porque sou a favor da liberdade de expressão, embora haja limites para tudo e há casos de falta de razoabilidade que devem sempre ser eliminados. De resto é verdade que quantos mais cliques este blog registar, melhor é. E eu, que tenho um blog relacionado com literatura, tenho muito bem a noção das coisas.

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  18. Só queria dar uma achega ao comentário do utilizador "barata":

    Eu compreendo o que quer dizer, mas acho que também exagera quando os adjectiva de "alguns palermas (que) se divertiam a falar mal da Bibiana Almeida".

    Apesar de haver comentários que não são do meu gosto, acho que, como promotor do fórum, tenho de os defender, porque ao longo da história do mesmo foram poucos os posts que desrespeitaram os atletas nacionais.

    Sei que não foi o único tópico sobe a Bibiana, mas este foi o tal em que escreveu e, como se pode verificar, quase todos, mesmo apesar de algum humor (de bom ou mau gosto, é discutível), apoiavam a Bibiana! Aqui fica o link, se tal me for permitido:

    http://lusotenis.ajtp.pt/forum/viewtopic.php?p=13010&highlight=#13010

    Não é uma crítica, compreendo-o, mas gostava de deixar esta achega.

    Cumprimentos para ambos os Rui Baratas e boa continuação a ambos e a este blog.

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